segunda-feira, 11 de abril de 2011

Veja a Usina de Chernobyl, 25 anos depois do acidente BBC - 06/04/2011


Abandono nuclear
Quase 25 anos depois do pior desastre nuclear do mundo, o repórter da BBC Daniel Sandford visitou a usina de Chernobyl, na Ucrânia.
Ainda hoje, o acesso à zona de exclusão de 30 quilômetros em volta da usina é proibido, e o cenário é de abandono.
Devido ao risco da radiação, poucas equipes de jornalistas tem permissão para entrar. Os da BBC puderam entrar rapidamente na área contaminada usando roupas especiais e máscaras.
A radiação absorvida pela equipe foi monitorada. Os níveis estão mais baixos atualmente, mas dentro da sala do reator que derreteu, o perigo ainda é grande.
Centenas de funcionários trabalham na manutenção do abrigo para o reator onde ocorreu o desastre, mas eles podem ficar apenas duas semanas na região e, então, são substituídos.
Desastre de Chernobyl
O desastre no reator quatro de Chernobyl aconteceu em 26 de abril de 1986. Dezenas de pessoas morreram e outros milhares morreram de câncer - entre eles, soldados enviados para a operação de limpeza.
No dia do desastre, os funcionários da sala de controle do reator quatro sabiam que havia algo errado, mas não tinham percebido a grande explosão na sala principal, a dezenas de metros de onde estavam.
Atualmente a sala é um lugar escuro, empoeirado, onde ainda é possível ver as mesas e painéis abandonados.
Laurin Dodd, diretor do projeto para construir um abrigo em volta do antigo reator, conta que a situação não parece tão perigosa quando olhada de fora, mas, na sala central, ainda é possível ver grandes buracos.
Escudo anti-radiação
Existem planos ambiciosos e caros para construção de uma nova cobertura para o reator, que faria de Chernobyl um lugar seguro nos próximos cem anos, evitando mais contaminação em caso de desabamento.
Na cidade de Pripyat, próxima da usina, 50 mil pessoas fugiram depois do desastre. O lugar ainda está contaminado e abandonado.
Andrey Glukhov morava no local e, no dia do acidente, iria operar o reator quatro, mas seu turno foi mudado.
"Quando vejo a escola onde meus filhos ficavam, quando vejo os prédios onde meus amigos moravam - alguns deles não estão mais vivos -, é emocionante, é triste", diz Glukhov.
Ele ouviu a explosão de seu apartamento, mas ninguém sabia o quanto era sério. A população só foi retirada 36 horas depois.

Acidente nuclear de Fukushima: veja resumo da situação atual


Acidente nuclear de Fukushima: veja resumo da situação atual
Com informações da CNEN - 31/03/2011
                Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, o estado atual da segurança na central nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, continua classificado como "muito grave".
Água contaminada
Foi encontrada água contaminada acumulada em valas localizadas próximas aos edifícios da turbina das Unidades 1 a 3.
Taxas de dose na superfície da água atingiram 0,4 millisieverts/hora para a Unidade 1 e mais de 1.000 millisieverts/hora para a Unidade 2, às 18:30 UTC, em 26 de março.
A Comissão de Segurança Nuclear do Japão sugere que a maior atividade radioativa na água descoberta no edifício da turbina da Unidade 2 deve ter sido causada pela água que tem estado em contato por algum tempo com barras derretidas de combustível nuclear e diretamente liberadas para a construção da turbina através de alguns caminhos ainda não identificados.
Uma investigação está em andamento a respeito de como a água ficou acumulada nas trincheiras. As medições não puderam ser realizadas na Unidade 3, devido à presença de detritos.
Resfriamento dos reatores
Água doce tem sido continuamente injetada no vaso de pressão do reator (Reator Pressure Vessels - RPVs) das unidades 1, 2 e 3.
A partir de hoje, na Unidade 1, o bombeamento de água potável através da linha de água de alimentação já não será realizado por caminhões de bombeiros, mas por bombas elétricas com um gerador a diesel. A mudança para o uso de tais bombas já foi feita nas Unidades 2 e 3.
Na unidade 3, a água doce está sendo injetada através da linha de extinção de incêndio.
Na Unidade 1 houve um aumento da temperatura no bocal da água de alimentação da RPV, de 273,8° C para 299° C. A temperatura no fundo do RPV permaneceu estável em 135° C.
As temperaturas na Unidade 2 parecem relativamente estáveis nos pontos de medição.
Na Unidade 3, a temperatura do bocal da água de alimentação do RPV é de cerca de 61,5° C e 120,9° C na parte inferior da RPV. A validade da medição da temperatura RPV no bocal de água de alimentação ainda está sob investigação.
Com o aumento da temperatura na Unidade 1, houve um aumento correspondente na pressão do poço seco (Drywell). No Drywell da Unidade 2, a pressão indicada desceu ligeiramente e está pouco acima da pressão atmosférica.
As Unidades 5 e 6 permanecem em desligamento frio.
Monitoramento de Radiação
Em 28 de Março, a deposição do iodo-131 foi detectada em 12 províncias, e deposição de césio-137 em nove províncias.
Os maiores valores foram observados na província de Fukushima, com 23.000 becquerel por metro quadrado de iodo-131 e 790 becquerel por metro quadrado de césio-137.
Em outras províncias onde a deposição do iodo-131 foi medida, o intervalo foi de 1,8 a 280 becquerel por metro quadrado. Para césio-137, o intervalo foi de 5,5 a 52 becquerel por metro quadrado.
Os limites japoneses para a ingestão de água potável por crianças são de 100 becquerel por litro.
No distrito de Shinjyuku de Tóquio, a deposição diária de ambos, iodo-131 e césio-137, estava abaixo de 50 becquerel por metro quadrado. Nenhuma mudança significativa foi relatada em 45 províncias nas taxas de dose gama em relação a ontem.
Desde 28 de março, informações sobre a radioatividade na água potável coletadas principalmente no Ministério Japonês da Saúde, Trabalho e Previdência indicam que as recomendações de restrições baseadas na concentração de I-131 continuam em vigor somente em quatro localidades da província de Fukushima. Até o momento, não existem recomendações para as restrições que foram feitas com base em Cs-137.
Cinco amostras de solo, coletadas em distâncias entre 500 e 1.000 metros da chaminé das Unidades 1 e 2 da central nuclear de Fukushima de 21 a 22 de março, foram analisadas para o plutônio-238 e para a soma de plutônio-239 e plutônio-240.
Foi detectado plutônio-238 em 2 das 5 amostras, enquanto o plutônio-239/240 foi detectado em todas as amostras, conforme o esperado.
As concentrações relatadas para ambos, plutônio-238 e plutônio-239/240, são similares às depositadas no Japão, como resultado dos testes de armas nucleares no passado.
A relação entre as concentrações de plutônio-238 e plutônio-239/240 em duas das amostras indicam que pequenas quantidades de plutônio poderia ter sido lançada durante o acidente de Fukushima, mas isso precisa ser melhor avaliado.
Radiação em alimentos
No que diz respeito à contaminação de alimentos, 63 amostras de vários vegetais foram colhidas entre 24 e 29 de março: frutas (morango), cogumelos, ovos, marisco e leite pasteurizado em oito províncias (Chiba, Fukushima, Gunma, Ibaraki, Miyagi, Niigata, Tochigi e Yamagata).
A coleta mostrou que os resultados de iodo-131, césio-134 e césio-137 não foram detectados ou estavam abaixo dos valores fixados como limite máximo pelas autoridades japonesas.
O Comitê Misto FAO/AIEA sobre Segurança Alimentar se reuniu com autoridades do governo municipal na província de Ibaraki na segunda-feira e prestou consultoria relacionada à contaminação dos alimentos e do meio ambiente, em temas como mecanismos e persistência da contaminação, exemplos de estratégias de remediação, normas internacionais, plano de amostragem e transferência de radionuclídeos a partir do solo para as plantas, particularmente em relação à produção de arroz na área.
As autoridades do governo local informaram ao Comitê FAO/IAEA sobre a extensão da contaminação em Ibaraki, os principais produtos agrícolas afetados, zonas de produção e métodos de produção (como de estufa, ou ao ar livre) e os níveis de contaminação encontrados.
Radiação na água do mar
Nenhum resultado de novas estações de monitoramento do meio marinho até 30 km do litoral foram relatados em 27 ou 28 de março.
No entanto, novas análises na água do mar a 330 metros para leste do ponto de descarga da central nuclear de Fukushima (unidades 1-4) foram disponibilizadas em 27 de março.
Estas concentrações mostram uma diminuição significativa entre os dias 26 e 27 de Março, passando de 74.000 para 11.000 Becquerel por litro de iodo-131 e de 12.000 para 1.900 Becquerel por litro de césio-137.
Amostras de água do mar também foram coletadas diariamente em um local a 30 metros do ponto de descarga comum para as unidades 5-6. Estes resultados mostram um aumento nas concentrações de radionuclídeos em 26 de março. As amostras de água do mar em 27 de março mostram, porém, uma diminuição da concentração de radionuclídeos.
Organismos Marinhos
Foram divulgadas as primeiras análises em peixes, realizadas pelo Instituto Nacional de Investigação da Pesca.
Cinco amostras de peixes foram coletadas a partir do porto de Choshi (província de Chiba) e 4 apresentaram concentrações de Césio-137 abaixo do limite de detecção.
Em uma amostra de Césio-137 foi encontrado 3 Bq/kg (peso fresco), pouco acima do limite de detecção.
Essa concentração é muito abaixo de qualquer limite que cause preocupação com o consumo de peixe.
Ainda é muito cedo para tirar conclusões para as concentrações previstas em alimentos marinhos, porque a situação pode mudar rapidamente. No entanto, espera-se que as concentrações detectadas inicialmente na água do mar em breve irão cair devido à diluição.
Os níveis de radiação nos alimentos marinhos, muito provavelmente não deverão atingir o limite determinado para o consumo (presumindo que as descargas de água do mar contaminados do reator não continuem).
Não se espera que peixes ou outros alimentos marinhos sejam coletados em uma área perto da central nuclear de Fukushima na situação atual.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Transístor de grafeno se auto-resfria

Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/04/2011

Transistores de grafeno apresentam um efeito de resfriamento em nanoescala que reduz sua própria temperatura durante seu funcionamento.
A descoberta aumenta as perspectivas promissoras do grafeno que, além de componentes eletrônicos ultra-rápidos, agora promete também chips que resfriem a si próprios.

Eletrônica termoelétrica

A velocidade e o tamanho dos chips e processadores são limitados pelo calor que eles dissipam - todos os componentes eletrônicos dissipam calor gerado pelo fluxo de elétrons que os fazem funcionar.
William King e Eric Pop, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, descobriram que o grafeno possui um efeito termoelétrico que supera o aquecimento gerado pelo fluxo de elétrons que o atravessa.
Os chips atuais usam mecanismos externos - dissipadores e exaustores - para retirar seu calor.
Mas um efeito termoelétrico forte o suficiente pode fazer isso internamente, retirando o calor no local, ou nas imediações, onde ele é gerado.
Materiais termoelétricos convertem diretamente a eletricidade em diferenciais de temperatura - um fenômeno conhecido como efeito Peltier.

Resfriamento termoelétrico

Os pesquisadores usaram a ponta de um microscópio de força atômica como termômetro para medir a temperatura em um transístor de grafeno.
As medições revelaram o fenômeno da termoeletricidade com uma intensidade inesperada nos pontos de contato entre o grafeno e os eletrodos metálicos.
O efeito de resfriamento termoelétrico é maior nos contatos metal-grafeno do que o aquecimento resistivo, baixando efetivamente a temperatura do transístor.
"No silício e na maioria dos materiais, o aquecimento eletrônico é muito maior do que o auto-resfriamento," diz King. "Contudo, nós descobrimos que, nos transistores de grafeno, há regiões onde o resfriamento termoelétrico pode ser maior do que o aquecimento resistivo, o que permite que esses componentes resfriem a si próprios."
Esse efeito de auto-resfriamento significa que a eletrônica à base de grafeno poderá simplesmente dispensar os famosos "coolers" - ou exigir exaustores bem menores do que os usados hoje.

Bibliografia:

Nanoscale Joule heating, Peltier cooling and current crowding at graphene–metal contacts
Kyle L. Grosse, Myung-Ho Bae, Feifei Lian, Eric Pop, William P. King
Nature Nanotechnology
3 April 2011
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nnano.2011.39

domingo, 3 de abril de 2011

Por que vocês não sabem do lixo ocidental?

 

Para Lennon e McCartney

Milton Nascimento

Por que vocês não sabem do lixo ocidental?

Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer
Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver
Por que você não verá meu lado ocidental?
Não precisa medo não
Não precisa da timidez
Todo dia é dia de viver
Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais
Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer
Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver
Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês