A sala de estudos do cursinho é um dos lugares preferidos desses vestibulandos no horário inverso ao das aulas. Longe de tentações como a TV, o computador ou a cama para tirar um cochilo, eles dividem perguntas e respostas com os colegas. Confira algumas opiniões:
"Na matemática, cada pessoa pode ter um jeito diferente de resolver a mesma questão. Por isso, é muito bom tirar dúvidas e estudar em grupo."
Affonso Hauser Farina, 18 anos, vestibulando de Medicina
"Gosto da facilidade de poder tirar uma dúvida com os colegas na hora em que ela aparece. Quando não estou em grupo, às vezes esqueço qual era a minha dúvida."
Daniel Boller Grimm, 17 anos, vestibulando de Direito
"Quando estudo com colegas, compartilho minhas dúvidas e isso me tranquiliza. É preciso que todos saibam que o momento é de estudo, não de conversa."
Luana Pretto Dias, 20 anos, vestibulanda de Medicina
"Em grupo consigo tirar várias dúvidas e, até mesmo, ter uma outra visão sobre um fato que estudamos na aula de história."
Juliana Campello Beck, 20 anos, vestibulanda de Medicina
"Às vezes, um colega explica uma questão com uma linguagem diferente do professor, e tudo fica mais fácil."
Carolina Stefanello, 19 anos, vestibulanda de Medicina
"É bom estar em grupo no momento de fazer exercícios, principalmente de matérias exatas como a matemática."
William Keller, 19 anos, vestibulando de Medicina
"O bom de estar junto para estudar é a interação com os colegas. Estamos na mesma situação, sentindo a pressão da rotina e das provas que virão, então juntos podemos nos ajudar."
Islam Marus, 18 anos, vestibulanda de Medicina
Aquele ombro amigo
GABRIELLE BITTELBRUN — gabrielle.bittelbrun@diario.com.br
Quase todos os dias, Giovanni Manzi, 17 anos, estudante de Florianópolis, se reúne com os colegas para estudar as disciplinas dadas em aula e tirar dúvidas. Segundo o estudante, os quatro integrantes do grupo têm suas especialidades. Stefano Poletto, 17 anos, é o anjo da guarda de física dos colegas. Mas o negócio só funciona por seguir algumas regras básicas.
— Não pode só pegar as respostas para fazer moral com os outros amigos depois. Tem de prestar atenção e fazer os exercícios — explica Giovanni.
Os amigos confessam que, de vez em quando, eles podem se distrair com alguma piada. Quando isso fica exagerado ou passa do limite, um chama a atenção do outro.
A psicopedagoga Priscila Leonel Pasqualini explica que o estudo em grupo pode auxiliar no aprendizado, desde que se respeite o próprio perfil na absorção do conteúdo.
— Tem gente que aprende só escutando e fazendo anotação em aula. Outros precisam ler três, quatro vezes. Ainda há os que não conseguem entender uma matéria de jeito nenhum em sala de aula, mas entendem com um colega, que tem uma forma diferente de explicar — considera.
Além disso, aqueles que estudam com os colegas precisam estipular algumas diretrizes, como fez o grupo de Giovanni. Os alunos devem ter em comum o foco nos estudos e se disponibilizar em compartilhar os conhecimentos.
— Se não tiver esse foco, o aluno vai achar que estudou com os colegas por horas quando, na verdade, só brincou — explica a psicopedagoga.
Priscila reforça que é possível perceber com quem se pode contar na própria participação em sala. Alunos que prestam atenção e que levam a sério o que o professor diz tendem a ser bons aliados nos estudos. Giovanni complementa que, com o grupo em harmonia, todos têm a ganhar:
— O estudo em grupo é uma forma de ajudar e ser ajudado ao mesmo tempo. Conseguimos aprender, com o grupo, as matérias nas quais se tem mais dificuldade. E ensinar para o colega também é um jeito de rever a matéria.
PRESTE ATENÇÃO
Avalie que método é o melhor para você absorver o conteúdo: alguns funcionam melhor compartilhando o estudo com os colegas, enquanto outros aprendem mais na leitura no silêncio do quarto
Dicas para o tempo render mais
— Estar consciente de que o estudo deve ser o foco das reuniões
— Os integrantes do grupo devem ter o mesmo objetivo principal: estudar
— O ideal é que se reúnam entre três e quatro integrantes. Quanto maior a quantidade de pessoas, maiores as chances de alguém desviar a atenção do grupo
— Pausas de cinco ou 10 minutos a cada 40 minutos podem ajudar. Mas não extrapole! Pausas muito longas devem ficar de lado na rotina rumo ao vestibular
— Se, no grupo, há um colega que não está disposto a estudar, abra o jogo. Diga que ele está atrapalhando o desempenho do todo. Se necessário, peça para ele dar um tempo e voltar quando realmente estiver com vontade de estudar
— Costuma ser mais fácil fazer um trabalho com um número pequeno de integrantes interessados do que com muita gente que não quer estudar
— Mesmo com o auxílio dos colegas, também é importante um momento estudando sozinho, para absorver o conteúdo
*Matéria publicada no caderno Vestibular de 23 de maio de 2012.